sábado, 26 de setembro de 2009

Amanhã



Ontem

Triiim. Triiim. Insiste o telefone. ''Merda, não acredito que vou ter que atender.. ''

- Alô?

- Oi, minha *****. Tudo bom? - voz rouca.

Eu não acreditei. Não acredito que seja ele. Não, não pode ser.

- Tudo sim. - respondo secamente.

- O .. - e começa a falar algumas coisas que agora e nesse momento realmente não importam. - Tá certo? .. só isso mesmo..

- Aham. Então tá, tchau.

- Tô com saudades Noemi, eu te amo viu?

- Tá. - e desligo.

Na hora, que eu desliguei, senti que nada tivesse acontecido. Eu escondi meu sentimento.
Agora, eu só sinto pena, dó, terror, medo, saudade, ódio .. não, eu só sinto o mesmo nó na garganta. Eu dei, uma, duas, três chances pra ele mudar. Mas nada aconteceu, nada mudou, eu desisti. Eu só tenho que agradecer, a todas as merdas que ele fez, pois foram elas que me fizeram ser quem eu sou. Quem eu realmente sou. Se não fosse por isso e aquilo, eu nunca saberia.. nunca faria..
Eu não posso fazer nada, não posso mudar alguém que sempre agiu assim. Que sempre foi assim. Não, eu não posso.

Eu estava voltando, de mais uma tarde de aula, dentro do ônibus. Eu não consegui. Senti meu rosto se encharcar sem eu nem pensar direito. Eu só sentia as lágrimas, eu só lembrava do ''eu te amo'' que ele nunca havia dito.. daquele jeito para mim. Eu não conseguia conter, elas só rolavam, eu não sei por que exatamente. Mas foi ruim.


Hoje


Com ela foi diferente. Apesar de ela me 'entender' melhor, nem ela conseguiu, saber o que está acontecendo. Ultimamente, não tem nada andado muito bem entre eu e ela. Principalmente quando ela insiste em saber das coisas, em ver minhas coisas sem permissão.

- Expulsei foi? Essa é boa Noemi!

Fingi que não ouvi. E até agora eu estou tentando lembrar do que estava pensando quando passei exatamente uma hora me balançando naquela bendita rede. E ela chegou.

- O que está acontecendo? Você não é assim. Tá imitando o ****** ?

- Não.

- O que está fazendo?

- Me balançando.

Fui para o outro quarto, onde se encontrava uma cama, bem bagunçada, e fiquei lá, sentada.

- Vamos, você vai com a gente pra Praia de Iracema.

- Vou não.. vou ficar aqui.

- Você vai sair?

- Não.

- Como não? Mas é sábado a noite!

- Não vou.

- O que está acontecendo?

- Nada.

- Fala comigo.

- Nada.

- Não vou te deixar aqui só. - seus olhos estavam vermelhos, eu estremeci. - Vamos Noemi, por favor. Faz isso por mim.

Eu não entendi muito bem, por que isso importava tanto à ela. Eu não queria ir, não quero. Eu não estou bem com as outras pessoas. Eu não quero me magoar nem magoar ninguém mais.

- Não quero ir..

- Quando eu voltar eu quero te ver. - eu nunca tinha à visto daquela forma.. foi.. estranho.

- Tá bom.

- Own Noemi. Por favor.

- Vou não. - respondi com um sorriso que tentei fazer.

- Tchau. - ela me deu um beijo, coisa que não faz já faz um tempo. E se foi. E eu disse:

- Vocês já vão embora?

E ela respondeu:

- Não, vamos só na Praia de Iracema, voltamos já. - e sorriu.

Outro nó. Não sei se vou conseguir desatar todos. Está doendo muito minha garganta. Por que isso acontece? Assim? Eu pensei, eu fazer aquilo, o que ela acha que talvez eu esteja fazendo nesse momento. Mas eu sou fraca, nunca neguei. E não sou tão egoísta a esse ponto.
Eu ouvi eles saírem .. e sai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

cuidado com o que pensa, não com que escreve. (: