quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Nel nem Leo

Já era tardinha, ele chegou com sua blusa no ombro, e sentou. Passou ali boa parte daquele dia. Ficou ali, de cabeça baixa, com seus olhos vermelhos.. pensando.. pensando..
Quando eu voltei, ele estava em uma cadeira, ainda com a cabeça baixa, calado como nunca fora.
O assunto da noite foi ele. Uns dizia que era depressão, outros que era frescura. E outros, como eu, só ouvia. E eu ficava olhando, querendo chegar perto e dialogar algo sem nexo, algo sem importância.. mas eu não conseguia.
E na hora que todos se reuniram, a mais velha deu-lhe uma mensagem e ele leu:

" Ainda assim o sol vai brilhar.
Mesmo que tudo esteja errado,
que o tempo esteja nublado
e você me abandonado.
Ainda assim o sol vai brilhar
e esse dia vai passar.

Mesmo que outra guerra tenha começado,
eu me lembre do passado
e o meu líder tenha me enganado.
Ainda assim o sol vai brilhar
e esse dia vai passar.

Por mais que você tenha chorado,
mesmo que você seja reprovado
ou esteja desempregado.
Ainda assim o sol vai brilhar
e esse dia vai passar.

Ainda que não consiga amar,
e não entenda esse mundo
e os outros só querem te enganar,
por favor não desista de tudo,
pois ainda assim o sol vai brilhar
e esse dia vai passar.

E sempre vai ter alguém do seu lado
seja no presente, no futuro ou no passado."


Na metade no texto seus olhos já estavam encharcados e sua voz falhava. No seja no presente, no futuro ou no passado ele já não falava. Meus olhos cheios de lágrimas não corespondiam à mim. Eu queria abraça-lo, beija-lo, queria te-lo. Queria. Queria lhe sussurrar que ninguém está sozinho, que mesmo depois de tudo, ainda ia ficar 'tudo bem'. Eu queria.. mas não podia.
Eu o vi enxugar as lágrimas durante a festa toda.. mas uma hora ele se retirou, foi para o quarto e dormiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

cuidado com o que pensa, não com que escreve. (: